José Mário Santana Barbosa*

 Resumo: Com esse presente estudo, pretende-se compreender melhor o processo dialógico existente na hermenêutica gadameriana, isto é, o constante diálogo existente entre tradição e razão, mais especificamente no processo de interpretação de textos. Para tanto, faz-se necessária a apresentação, durante a exposição desse problema, de uma visão geral de alguns outros importantes e “entrelaçados” temas em sua obra, tais como preconceito e historicidade. Por fim, apresentar-se-á uma breve análise do conceito linguagem e a importância conferida a ela pelo autor, uma vez que, sem a mesma, seria impossível a ocorrência de todo esse processo. O artigo se embasará especialmente na principal obra de Gadamer, “Verdade e Método”, da qual será extraída a problemática citada, e será acompanhado do comentário de estudiosos do tema, como J. Bleicher (de onde retirou-se o termo “processo dialógico”) e outros.

Palavras-Chave: Hermenêutica. Tradição. Preconceito. Historicidade. Linguagem.

 

INTRODUÇÃO

 

Desde o século passado a Hermenêutica tem se consolidado como um dos mais importantes ramos da Filosofia, enquanto se ocupa basicamente com a interpretação de textos. Nesse assunto, Hans-Georg Gadamer foi um dos maiores especialistas e seu pensamento tem grandes contributos a oferecer ao meio acadêmico, ainda hoje.

O objetivo primeiro deste trabalho é, portanto, apresentar em linhas gerais as bases desse pensamento, dando enfoque especial, primeiramente, nas origens do processo hermenêutico e naquilo que ele significa. Após, adentraremos com maior profundidade na análise de alguns dos mais importantes conceitos presentes na hermenêutica gadameriana, quais sejam: preconceito, historicidade e linguagem, ressaltando a importância desta para a existência de todo esse processo.

Por fim, pretende-se explanar um pouco mais a respeito do processo dialógico (segundo J. Bleicher) presente na obra de Gadamer, compreendendo um constante diálogo entre razão e tradição, extremamente necessário para uma boa Hermenêutica, evitando toda espécie de “superestimação” de um aspecto em detrimento do outro.

Além do estudo da obra principal de Gadamer, Verdade e Método, compararemos o que ali for encontrado com textos de comentadores pertinentes do autor e do tema buscado.

 

1 GADAMER E O PROCESSO HERMENÊUTICO

 

A hermenêutica gadameriana dialoga em grande parte com a metafísica de Heidegger. Se no pensamento deste, contudo, o desenvolvimento da “pré-estrutura da compreensão” consiste em um movimento circular de voltar às coisas mesmas, eliminando-se todo precipitado histórico existente na compreensão do ser, a proposta de Gadamer, ainda que mantenha esse mesmo propósito, vai um pouco além, à medida em que libera seu pensamento das questões e condições puramente ontológicas para fazer uma hermenêutica que não apenas trata da arte, mas de todas as ciências do espírito.

Gadamer não busca uma facilitação da compreensão em si, mas, ao contrário, uma clarificação da interpretação que possibilita ao homem encontrar com as coisas e, só então, compreendê-las. “A purificação” de ideias incorretas assume, assim, um papel central na hermenêutica gadameriana, que inicia com a elaboração de bons projetos que serão percorridos pelo pesquisador.

Esse deixar-se determinar assim pela própria coisa, evidentemente, não é para o intérprete uma decisão “heroica”, tomada de uma vez por todas, mas verdadeiramente “a tarefa primeira, constante e última”. Pois o que importa é manter a vista atenta à coisa, através de todos os desvios a que seve constantemente submetido o intérprete em virtude das ideias que lhe ocorram. […] Justamente todo esse constante reprojetar, que perfaz o movimento de sentido do compreender e do interpretar, é o que constitui o processo que Heidegger descreve. Quem procura compreender está exposto a erros de opiniões prévias, as quais não se confirmam nas próprias coisas. (GADAMER, 1998, p. 402)

Na visão de Gadamer, o processo de compreensão – de modo especial na análise de textos, objeto central de seu estudo – abrange sempre dois grandes movimentos: a elaboração de uma opinião prévia (o que, mais tarde, o autor denominará preconceito) e a análise legítima dos textos. Nesse processo, cabe ao pesquisador (em grande parte o filólogo) não inserir seus próprios hábitos linguísticos na pesquisa, como nas sempre problemáticas traduções do texto original para outras línguas estrangeiras. O autor deve sempre se deixar guiar pela linguagem da época do texto, bem como analisar o contexto do autor, ainda que isso seja impossível em sua totalidade – uma vez que, para Gadamer, há um inconsciente de nossos hábitos que tendem a inserir nossos “vícios linguísticos” em nossas compreensões.

O primeiro passo, pois, do processo hermenêutico em si é o choque do pesquisador com o texto. Isso acontece de modo análogo ao aprendizado de uma língua com a qual se tem pouca proximidade: à medida em que cresce a prática, aumenta também a fluidez do texto. Antes de tudo, entretanto, há a inevitável formação de uma opinião prévia com relação ao que o texto irá apresentar, bem como uma abertura do pesquisador à proposta que o outro lhe apresentará em seu pensamento. Esse choque entre os sujeitos pesquisador e pesquisado é o início e possibilita todo o processo de compreensão.

A tarefa hermenêutica se converte por si mesma num questionamento pautado na coisa, e já se encontra sempre determinada por este. Com isso o empreendimento hermenêutico ganha um solo firme sob seus pés. Aquele que quer compreender não pode se entregar, já desde o início, à casualidade de suas próprias opiniões prévias e ignorar o mais obstinada e consequentemente possível a opinião do texto – até que este, finalmente, já não possa ser ouvido e perca sua suposta compreensão. Quem quer compreender um texto, em princípio, [deve estar] disposto a deixar que ele diga alguma coisa por si. (GADAMER, 1998, p. 405)

O estudo de Heidegger com relação ao problema do ser é o grande exemplo de um bom processo hermenêutico, à medida em que, amparado em uma noção prévia daquilo que desejaria trabalhar, o autor analisa minuciosamente aquilo que os pensadores anteriores a ele falaram a fim de dialogar com eles e, assim, construir algum resultado que seja de algum modo mais seguro.

Nesse sentido, a hermenêutica gira mais em torno de perguntas do que propriamente de respostas. O intérprete antes mesmo de entrar em contato com o texto já faz perguntas sobre ele, e muito mais durante o tempo em que o analisa. Esse contínuo questionamento possibilita a chegada a uma possível interpretação e, posteriormente, a respostas desejadas.

A principal tarefa do intérprete é descobrir a pergunta a que o texto vem dar resposta; compreender um texto é compreender a pergunta. Simultaneamente, um texto só se torna um objeto da interpretação se confrontar o intérprete com uma pergunta. Nesta lógica de pergunta e resposta, um texto acaba por ser um acontecimento ao ser atualizado na compreensão, que representa uma possibilidade histórica. (BLEICHER, 1992, p. 161)

 

1.1. O PRECONCEITO

 

Como já pode ser percebido, o estudo do termo preconceito tem grande importância no processo da hermenêutica e, especialmente, na compreensão de Gadamer. Para o autor, esse juízo prévio que todo homem faz de tudo aquilo que será submetido à sua análise é extremamente importante, à medida em que é o próprio “ponto de partida do problema hermenêutico” (GADAMER, 1998, p. 416).

Contudo, desde o início da modernidade, com o Aufklärung, tem prevalecido na consideração da palavra preconceito um sentido pejorativo do mesmo. O bom cientista deve buscar livrar-se a todo custo dele para, assim, conseguir um resultado que seja verdadeiramente confiável e mais próximo do verdadeiro. Desde Descartes, a partir da busca pela eliminação de toda dúvida, em um método coerente e confiável, tudo o que o intérprete oferece ao diálogo com o objeto de pesquisa deve ser reduzido, a tal ponto que apenas o próprio texto seja analisado em sua plenitude.

Segundo Gadamer, nessa “despotencialização da tradição”, claramente motivada por pretensões contrárias à religião (eliminando, por exemplo, toda a tradição da compreensão das Sagradas Escrituras, a fim de analisá-las apenas de modo científico), o processo de conhecimento sofre uma grande perda, uma vez que os preconceitos fornecem, sim, grande parte das vezes, um apoio a mais ao pesquisador, a fim de iniciar sua pesquisa. Passado e presente, na hermenêutica, formam como que um todo harmônico que possibilita o processo de interpretação e conhecimento.

Enquanto o historicismo insistiu num distanciamento entre o presente e o passado, que resultou no postulado metodológico do reconhecimento de acontecimentos passados através de conceitos utilizados na altura, a fim de se chegar a resultados objetivos, a filosofia hermenêutica considera contínua esta “distância”, i.e., ligada pela tradição que proporciona ao intérprete o potencial cognitivo. (BLEICHER, 1992, p. 156)

 

2 O PROCESSO DIALÓGICO: RAZÃO E TRADIÇÃO

 

Portanto, como visto, Gadamer valoriza grandemente não apenas o processo presente de pesquisa, isto é, o contato em si do pesquisador com o objeto de pesquisa. Antes de tudo, o sujeito cria questões em seu interior que buscará esclarecer ao longo da pesquisa e carrega consigo grande influência daquilo que a tradição, um tanto quanto inconsciente, dita em seu meio social. Há, assim, um reconhecimento de uma importância crucial do antigo, dando-lhe seu devido lugar retirado pelo pensamento posterior ao Aufklärung. A análise da tradição deve ser respeitosa, sobretudo, com a intencionalidade do autor do texto a ser interpretado, evitando conceder certas características cientificistas, a um texto que não o é, em si.

É a antiga polêmica entre o poeta e o filósofo, que entra agora no seu estágio moderno de fé na ciência. Agora já não se diz que os poetas mentem muito, pois que eles não têm nada de verdadeiro para dizer, já que somente produzem um efeito estético e só pretendem estimular a atividade da fantasia e o sentimento vital do ouvinte ou do leitor através das criações de sua fantasia. (GADAMER, 1998, p. 413)

A crítica ao historicismo proposto pelo Iluminismo tem um embasamento bastante simples e do qual não se pode fugir: até mesmo os pensadores contemporâneos estão imersos em um ambiente histórico que deveria, se assim o fosse, restringir a amplitude das interpretações que eles oferecem. Os próprios filósofos modernos, por exemplo, quando são estudados já não podem mais ter ignoradas suas condições históricas, sem um grande prejuízo em sua compreensão.

O propósito de Gadamer é claro: não se trata de recuperar um argumento reacionário, e, assim, deitar fora a ciência, mas, por outro lado, mostrar que a fundação científica não é um movimento oposto ao da tradição. O que precisa ser evitado é a dicotomia entre experiência e a teoria, entre objetos e sujeito, entre a fonte de engano e o instrumento produtor de certezas ou, se for o caso, destruidor tenaz das mesmas. (CALDAS, 2010, p. 5)

É no próprio indivíduo que se dá essa mescla entre aquilo que ele traz, inconscientemente ou não, e aquilo que o texto e a tradição de interpretação e do contexto do mesmo trazem consigo. Aqui é muito bela a volta da Hermenêutica às suas origens, na significação do deus Hermes, filho de Zeus e da ninfa atlântica Maya. Assumindo tanto características divinas quanto humanas, a Hermes é dada a possibilidade de ser essa ponte de diálogo entre as duas distintas realidades:

Hermes irá assumir a função de mensageiro, após participar dos segredos dos deuses. Ao mesmo tempo, Hermes também atende aos instintos, apetites, desejos irracionais. Em sua forma de atuação, transgride e obedece, é imprevisível, diurno e noturno, divino e humano. Por isso é-lhe atribuída a tarefa de mediador, abre caminhos na medida, assumindo a condição de explorador do desconhecido, na proposição em que consegue desalienar, dar uma ordem ao caótico. Há, portanto, uma duplicidade em Hermes, enquanto deus do deslocamento e dos imprevistos e deus da palavra subjacente. Dá-se algo de desocultamento e de ocultamento, pelas vias da linguagem, em torno da função que Hermes exerce. (SCHUCK, 2007, p. 43)

O indivíduo, assim, é um ser não apenas de raciocínio pura e friamente falando, mas também de percepção do mundo que o cerca e, acima de tudo, de opinião com relação a tudo isso. “Por isso os preconceitos de um indivíduo são, muito mais que seus juízos, a realidade histórica de seu ser” (GADAMER, 1998, p. 416). O apreço pela razão é um grande contributo trazido para a sociedade a partir do Aufklärung, fornecendo possibilidades ao homem de liberação de dogmatismos e purificação de conhecimentos. Mas também a tradição tem a sua importância, na medida em que é o “fundamento” da validez das atitudes sociais extremamente necessárias para um bom processo de interpretação.

Além disso, a crítica à autoridade tanto disseminada pela modernidade tem também sua importância, na busca por um conceito final que valha sobre os anteriores. Mas é inegável a importância da tradição e a autoridade não pode ser rejeitada, uma vez que ela funda-se em si mesma, no próprio conhecimento autoral e popular que aos poucos vai se consolidando no pensamento científico.

Portanto, um bom professor tem autoridade, não por mérito da sanção da punição – sempre disponível, se necessário –, mas por outras razões. Gadamer alega que a autoridade genuína do professor, ou qualquer outra pessoa em posse da autoridade real, não acontece por mérito do investimento do poder social, mas sim da habilidade de levantar questões e fazer com que certos tópicos pareçam cruciais, importantes e merecedores de consideração (porque eles nos levam ao âmago daquilo que nós somos, dentro dos nossos limitados horizontes culturais). (LAWN, 2007, p. 56)

Assim, na hermenêutica proposta por Gadamer deve-se encontrar “a resolução da oposição abstrata entre tradição e investigação histórica, entre história e conhecimento dela mesma” (GADAMER, 1998, p. 424), num claro diagnóstico do que naturalmente já acontece a nível científico a séculos. Tanto as ciências da natureza, como as do espírito e mesmo a matemática, partem sempre de um estado atual de conhecimento – e o valorizam, pelo esforço histórico anterior para se chegar até ele – e buscam, então, acrescentar algo de novo a ele.

Eis, assim, o “processo dialógico” da compreensão presente em Gadamer e proposto por J. Bleicher. Mais do que a pura dialética existente entre estados de conhecimento que são extremamente dependentes entre si para sua existência, ele parte também de um estado atual de conhecimento, de um sujeito racional que percepciona tudo isso e busca, assim, chegar à interpretação.

A experiência hermenêutica não é nem monológica, como a ciência, nem dialética, como a história universal de Hegel. Como Gadamer a explica através do modelo do discurso  humano, referi-la-ei como “dialógica” e não como “dialética”. (BLEICHER, 1992, p. 160).

 

3 A LINGUAGEM

 

Não se pode tratar da hermenêutica de Gadamer e deixar de citar a importância que o autor confere ao problema da linguagem sem que o trabalho perca alguma confiabilidade. De fato, para o autor, todo o processo hermenêutico é, no fundo, um “processo linguístico” e a linguagem é o meio necessário para a transmissão de alguma verdade, na elaboração de pensamento daquilo que “desde este momento é”:

Não é em vão que a verdadeira problemática da compreensão e a tentativa de dominá-la pela arte – o tema da hermenêutica – pertence tradicionalmente ao âmbito da gramática e da retórica. A linguagem é o meio em que se realiza o acordo dos interlocutores e o entendimento sobre a coisa. (GADAMER, 1998, p. 559-560)

Usar da linguagem é, nesse processo hermenêutico, colocar-se de acordo com o outro pesquisado, reproduzir o seu contexto, participando um pouco de seu meio, a fim de poder interpretá-lo com maior abrangência. Isso é claramente demonstrado pelo autor pelo problema presente nos processos de tradução entre línguas muito diferenciadas entre si. Nele, busca-se manter o sentido da palavra acima de tudo, ainda que, para isso, deva-se mudar radicalmente em alguns casos o seu arranjo morfológico. Dessa forma fica claro porque Gadamer tem uma posição tão contrária à interpretação de textos usando-se como base línguas que não sejam a original do mesmo.

O tradutor, nesse sentido, é o intérprete da língua, aquele que irá percorrer as distâncias existentes entre o texto original e o modo linguístico atual, devendo ser algumas vezes, inclusive, até mais fluente do que aquele. Uma certa distância entre os dois “polos” é extremamente didática e necessária, nesse sentido.

Aproximando essa discussão [a contraposição entre tradição e autoridade] da questão da tradução de textos, percebemos que é preciso uma espécie de condição, a partir da qual a própria tradução faz sentido. […] A lira feita por Hermes emite sons que resultam em forças capazes de transformar a ordem estabelecida pelos deuses, gerando o movimento nas coisas. Hermes age com astúcia, fazendo a mediação e, com isso, a garantia da instauração de sentido. Isso revela que há, portanto, a necessidade em conseguir certa distância entre dois lados, a saber, a autoridade e a tradição, que marcam como pressuposto a mediação que se deve buscar. (SHUCK, 2007, p. 126)

O caminho que possibilita essa compreensão é, mais uma vez, dialógico, parafraseando a definição de Bleicher. Somente uma união entre a razão (o intérprete) e a tradição (o texto e tudo o que ele traz consigo) pode dar uma interpretação segura e confiável ao pesquisador, chegando o mais próximo possível da verdade. A linguagem é, mais do que nunca, o medium desse acordo:

Pelo contrário, a linguagem é o medium universal em que se realiza a própria compreensão. A forma de realização da compreensão é a interpretação. […] Todo compreender é interpretar, e todo interpretar se desenvolve no medium de uma linguagem que pretende deixar falar o objeto e é, ao mesmo tempo, a linguagem própria de seu intérprete. (GADAMER, 1998, p. 566-567)

 

CONCLUSÃO

 

Poucos estudos são tão embasados em fontes claras e seguras como o que foi visto na obra Verdade e Método, de Gadamer. O autor mostra com muita clareza e precisão o cerne da Hermenêutica, enquanto ciência responsável pela interpretação de pensamentos, muito especialmente ligada à interpretação de textos. Certamente, não apenas a Filosofia, mas todas as outras ciências muito tem a aproveitar de seu pensamento.

Não há como se desvencilhar do diálogo entre tradição e razão. No âmbito da interpretação, tanto é importante aquilo que o autor traz consigo, seus conhecimentos e capacidades de avançar diante da pesquisa, quanto aquilo que é presente no meio em que ele vive, as análises anteriores à dele e até mesmo os preconceitos que ele mesmo faz da obra. A posição de Gadamer é extremamente conciliativa e muito tem a ensinar a uma sociedade que cada vez menos reconhece o esforço do outro, especialmente quando ele está na “primazia” do conhecimento de alguma matéria.

Eis o processo dialógico na Hermenêutica gadameriana: não apenas uma dialética entre razão e tradição, na qual as duas apenas buscam chegar a um ponto em comum (como proporia a dialética platônica), nem mesmo uma ciência monológica, que avançaria propondo conceitos e objetivos fixos. A partir do processo de linguagem, a Hermenêutica abrange as duas características e vai além delas, dialogando através dos tempos, em busca de uma interpretação o mais próximo possível da verdade.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

 

BLEICHER, Josef. Hermenêutica contemporânea. Tradução de Maria Georgina Segurado. Lisboa: Edições 70, 1992.

CALDAS, Pedro Spinola Pereira. Hans-Georg Gadamer e a Teoria da História. Dimensões, Rio de Janeiro, v. 24, p. 55-74, 2010. Disponível em: <www.periodicos.ufes.br/dimensoes/article/download/2524/2020>. Acesso em: 23 ago. 2017.

GADAMER, Hans-Georg. Verdade e Método: traços fundamentais de uma hermenêutica filosófica. Tradução de Flávio Paulo Meurer. 2. ed. Petrópolis: Vozes, 1998.

LAWN, Chris. Compreender Gadamer. Tradução de Hélio Magri Filho. Petrópolis: Vozes, 2007.

SCHUCK, Rogério José. Através da compreensão da historicidade para uma historicidade da compreensão como apropriação da tradição. 2007. 193 f. Dissertação (Doutorado em Filosofia) – Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2007. Disponível em: <http://tede2.pucrs.br/tede2/bitstream/tede/2976/1/397345.pdf>. Acesso em: 23 ago. 2017.

* Bacharelando em Filosofia pela FDLM

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *