3 Comentários


  1. Texto muito coeso.
    Agora assim, refletindo um pouco sobre essa temática da liberdade, me vem umas questões que eu já havia me colocado antes, junto com outras pessoas.
    Li um texto há uns dias e ele me esclareceu um problema em relação a essa liberdade, que Sarte fala. Nele há uma frase, que basicamente diz que somos alienados, mas nem por isso deixamos de ser livres.
    Só que ouvir de um texto existencialista, que somos alienados, de certo modo, é novo pra mim. Sempre achei que Sartre falava dessa liberdade utópica e que não considerava todas essas disposições da sociedade, que restringem a ação do homem (livre).

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  2. Rodrigo Artur

    Parabéns, Ramon. Excelente artigo. Mas tenho uma questõe – despretenciosa/só dúvida mesmo: você bem colocou que Sartre, por ser existencialista, nos diz que “todas as pessoas se encontram marcadas pelo abandono, pois não há nada que nos sirva de fundamento nem em nós mesmos nem fora de nós mesmos, ou seja, não há mais nada que sirva de álibi para o homem”. Depois você diz, fundamentadamente, que “escolher significa projetar-se, lançar-se para o futuro, os seres humanos são projetos para o futuro, ou seja, somos todos marcados pela possibilidade do vir-a-ser”. Assim sendo, você conseguiria perceber uma contradição nestas duas frases? Se sim, o que você me diria a partir de tal contradição?

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  3. Ramon

    Obrigado pela leitura Rodrigo!
    Não percebo nenhuma contradição nestas duas frases diante do pensamento existencialista de Sartre, tento justificar: Na primeira frase “todas as pessoas se encontram marcadas pelo abandono, pois não há nada que nos sirva de fundamento nem em nós mesmos nem fora de nós mesmos, ou seja, não há mais nada que sirva de álibi para o homem” mostra que não há nada que nos “amarre” diante de nossas possíveis escolhas, ou seja, se não há nada fora de mim nem em mim mesmo tudo me é permitido dando abertura para um questionamento, que tentei brevemente aqui também demonstrar, da responsabilidade, onde minha liberdade não elimina em mim a responsabilidade diante de minhas escolhas. E por isso acho que a segunda frase: “escolher significa projetar-se, lançar-se para o futuro, os seres humanos são projetos para o futuro, ou seja, somos todos marcados pela possibilidade do vir-a-ser” completa a primeira, se nada me amarra diante de minhas escolhas, tendo em vista que a elas estou condenado, todas elas se tornam para o sujeito um constante lançar-se num vir-a-ser, num mundo de possibilidade em que o sujeito por meio de sua liberdade, se angustia, escolhe e se torna responsável pela sua escolha.

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