1 comentário

  1. Thaís Marques

    Jean-Paul Sartre criou, a partir de todo esse aparato filosófico e das influências do alemão Martin Heidegger, uma filosofia profundamente existencialista que priorizava a existência material e concreta a qualquer essência possível. O ser humano constrói-se, individualmente, a cada dia e nunca estará pronto e definido, pois aquele processo de construção somente cessa com a morte.
    E é dessa maneira que todo ser humano também se torna responsável pelo modo como ele vive, pois essa situação o torna, paradoxalmente, um condenado à liberdade, pois tudo o que ele faz, em certo sentido, faz por escolha própria.
    Sartre passou por toda uma construção anterior desse pensamento desembocando posteriormente no pensamento conhecido como existencialista, ele contesta o subconsciente freudiano desvinculando-se do determinismo religioso, e no qual no decorrer da leitura vê-se o cerne da ideia posterior de responsabilizar o homem pelos seus próprios atos expondo a ideia de liberdade como um aprisionamento do ser, já que o homem é o único ser capaz de criar o nada.
    Para Sartre Deus não existe, portanto o homem nasce despido de tudo, qual seja um ser que existe antes de poder ser definido por qualquer conceito, e que este ser é o homem, o que significa que o homem primeiramente existe, se descobre, surge no mundo. Para o existencialista não ter a quem culpar já que Deus não existe, e o subconsciente não existe é o que leva ao pensamento da liberdade não livre, pois, junto com eles, desaparecem toda e qualquer possibilidade de encontrar valores inteligíveis, nem um modelinho pré-definido a ser cumprido. Sendo livres somos responsáveis por nossas ações consequentemente somos livres para pensar e conceber nossos próprios paradigmas, não sendo então aquilo que fizeram de nós e sim nos criando a partir do que fizeram de nós.

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