Bruno Aparecido Nepomuceno
Nietzsche fez-nos engolir sem nenhum paliativo a forte constatação da morte de Deus. Eis que tivemos que encarar a dura verdade na qual nossos olhos dogmáticos e metafísicos não ousavam corajosamente se fixar anteriormente, seja por insegurança do que poderia isso acarretar, seja por medo do que esta afirmação poderia causar num mundo que havia se amparado à figura de um ser divino fora dele que, além de sustentá-lo nas mãos, projetava-o para um futuro idílico de plenitude e alegria a que se acordou chamar de céu ou porvir.
Era a partir dessa figura metafísica, na infinidade de seus nomes e rostos, que a nossa sociedade ocidental foi florescendo e se construindo. Até mesmo na modernidade, onde a razão havia se tornado senhora de si, houve lugar significativo para essa caricatura do transcendente. Lá, ela tomou o nome e o rosto de razão. E frágil do jeito que sempre foi, não podendo se lançar ao novo e desprotegido caminho da negação de Deus, procurou dar a ele outros significados ou simplesmente ignorou sua pseudoexistência por medo de pulverizar sua imagem já outrora estilhaçada.
Quando tomava sobre si a responsabilidade do mundo, da vida e do próprio futuro – futuro este que se transformou no alvo imediato de nosso querer, agora não mais alojado num céu metafísico, mas num depois melhor construído por nossas próprias mãos – o homem mergulhava inevitavelmente no vazio, no nada, no desfundamento da vida e via-se submerso naquilo que Nietzsche chamou de niilismo, o enfrentamento do nada. A vida a partir daí passou a ganhar um valor de nada, o agora passou a ser desapreciado em função de um não-agora, de um não-desse-jeito e de um não-aqui.
Dessa forma, o homem, para ganhar aquilo para o qual imputou como valor de existência deixou de participar de sua própria história e de sentir passar por si o fluxo da própria vida, o respiro que o enleava no campo da experiência de si, o devir eterno que o carregava para seu destino trágico: a concretização fática de ser unicamente humano, demasiado humano. A vida, que deveria ser identificada como força, impulso criador, energia e princípio dinâmico de unidade de todas as funções orgânicas fundamentais, foi negada e negligenciada.
A vontade de potência quando deparou-se com o niilismo, confrontou-se consigo mesma, com a possibilidade de continuar ou não impulsionando o homem ou com a inutilidade de sua força perante o nada. Ergueu-se uma luta de forças: o vazio versus a potência. Quem conseguiria arrastar o outro para o que aspirava? Mas ninguém está livre do niilismo. Ele é o ingrediente necessário para a concretização da sociedade da forma com que está estruturada na contemporaneidade. Mas será que desapareceu de nós, por isso, a vontade de potência, a vontade de viver, a afirmação do agora e da própria vida? Há ainda saída para essa crise de ilusões e fantasias à qual fomos obrigados a aderir e para a qual o niilismo nos empurrou? Para responder essas perguntas é que surge para Nietzsche a mais aterrorizante de suas ideias: o eterno retorno.
Essa ideia de Nietzsche surge como consequência de um projeto afirmador da vida que empreendeu, de uma luta individual filosófica que assumiu. Embrenhado no trágico no qual se transformara a sua vida, ou na simples detecção que ela já o era, nosso filósofo procurou um jeito de manter sua vontade de potência no timão do barco de sua história que sucumbia perante as ondas revoltas do mar em que fora jogado. E não havia nele indícios de desistência.
O eterno retorno é a afirmação da vida levada ao extremo, da forma com que ela se nos apresenta. É aceitação incondicional do devir, entrada plena em seu fluxo. “Afirmar o presente é o eternizá-lo, é afirmar ao mesmo tempo a necessidade de um futuro infinitamente repetido e de um passado também infinitamente repetido”. (LEFRANC, 2008, p. 311).
Mas, ao que parece, a proposta do eterno retorno não é uma reposta fugidia e desesperada de Nietzsche para fundamentar a vida humana. Se assim o fosse, ele estaria traindo seu próprio pensamento que propunha uma retirada total dos fundamentos metafísicos da vida para torná-la mais autêntica. Não é um calmante alucinógeno de um homem à beira da cisão de si, nem mesmo malogro de um poeta filosófico frustrado. Eterno retorno é filosofia e antifilosofia ao mesmo tempo! É paradoxo que espelha o próprio momento tragicômico da vida, movimento antagônico de vontades de potências que se impõem, se sobrepõem e que engendram o sentido da existência.
É filosofia à medida que é resultado de seu pensamento crítico aplicado à vida e às coisas, à medida que utiliza de princípios muito antes elucidados pelo próprio Heráclito, algo que o próprio Nietzsche assumiu:
A doutrina do ‘eterno retorno’, ou seja, do ciclo absoluto e infinitamente repetido de todas as coisas – essa doutrina de Zaratustra poderia afinal ter sido ensinada também por Heráclito. Ao menos encontram-se traços dela no estoicismo, que herdou de Heráclito quase todas as suas ideias fundamentais. (NIETZSCHE, Ecce Homo, Nascimento da Tragédia, §3)
Mas, apesar de não novo, ainda há um caráter original na doutrina do eterno retorno proclamada por Nietzsche. Não é mais obscura sua existência ou apenas uma espécie de possibilidade do devir como no pensamento pré-socrático. É concretude, facticidade, realização. Ele está acontecendo e todos nós estamos imersos nele. Tudo vai, mas tudo, e exatamente do mesmo jeito, volta. É a vida como um eterno movimento cíclico sem possibilidades de tangentes. Não há ponto de partida e nem ponto de chegada. “Para o discípulo de Dioniso, o mundo não teve começo e não terá fim. Ele simplesmente subsiste ou, mais precisamente, ele não cessa de passar, de acontecer, de se repetir e de jogar o seu jogo de dados e de acasos ao infinito” (ALMEIDA, 2005, p. 161).
Dessa forma não há mais espaço para aparatos metafísicos nem fundamentos lógicos no pensamento nietzschiano. A vida, o passado, o presente e o futuro estão completamente entregues à responsabilidade do sujeito. Cabe a cada um ser o agente libertário de si mesmo no processo fluido da vida. Tudo está em nossas mãos e o passado e o futuro estão aqui e agora. É no instante presente que eles se encontram e se renovam eternamente.
(…) pensar o eterno retorno é pensar que a afirmação do presente repercute infinitamente em eco no passado como no futuro, que é impossível querer o instante presente sem querer de modo idêntico uma infinidade de instantes passados e uma infinidade de instantes futuros. (LEFRANC, 2008, p. 309).
O agora voltará! E virá uma sucessão de vezes. Eu, você que lê esse artigo, o que você pensa ao lê-lo, os cheiros que você sente, os movimentos que você faz e até o próprio questionamento da veracidade dessas informações. Tudo voltará. Há algo de mais libertário e, ao mesmo tempo, mais assustador que essa revelação? Ouçamos a narração inquietante de Nietzsche na revelação desse fato:
E se um dia ou uma noite um demônio se esgueirasse em tua mais solitária solidão e te dissesse: “Esta vida, assim como tu vives agora e como a viveste, terás de vivê-la ainda uma vez e ainda inúmeras vezes: e não haverá nela nada de novo, cada dor e cada prazer e cada pensamento e suspiro e tudo o que há de indivisivelmente pequeno e de grande em tua vida há de te retornar, e tudo na mesma ordem e sequência – e do mesmo modo esta aranha e este luar entre as árvores, e do mesmo modo este instante e eu próprio. A eterna ampulheta da existência será sempre virada outra vez – e tu com ela, poeirinha da poeira!“ Não te lançarias ao chão e rangerias os dentes e amaldiçoarias o demônio que te falasses assim? (NIETZSCHE, 1999, A Gaia ciência, § 341).
É isso que Nietzsche chama de pensamento terrificante e abissal (Cf. ALMEIDA 2005, p. 158). Seu “Zaratustra não apresenta o pensamento do eterno retorno apenas como misterioso e secreto, mas como nauseante, difícil de suportar.” (DELEUZE 1976, p. 53). Tudo tem o seu retorno. E a palavra “tudo” nunca foi utilizada com tanta propriedade como nessa afirmação. Por isso não há progresso, não há Deus, não há nenhuma solução ex maquina que poderá nos elevar, salvar ou justificar. Estamos sós diante da possibilidade aterrorizadora da repetição. Os dados do jogo da vida já foram lançados e nenhum cronômetro poderá alardear o fim desse ciclo.
O único parâmetro para a vida e para o mundo são eles próprios. Constituem-se matérias-primas e obras de arte ao mesmo tempo. Em uma espécie de autofagia o mundo se alimenta, se desenvolve, reproduz e recomeça. O mundo “nunca começou a vir a ser e nunca cessará de passar – ele se mantém nestes dois processos… Ele vive de si mesmo: os seus excrementos são o seu alimento”. (NIETZSCHE Fragments posthumes, primavera de 1888, 13, 14 [188], 376 citado por ALMEIDA 2005, p. 161).
A partir dessa cruel revelação há somente duas escolhas: negar ou afirmar a vida, ceder a ela ou protagonizá-la, pois não há uma única pessoa que, diante da possibilidade da repetição eterna de tudo o que vive, não repense suas decisões e seus atos. Não posicionar-se já é posicionar-se. A roda gigante do mundo não exclui ninguém e não pede adesão, pede decisão.
“O mundo é um ciclo que já se repetiu uma infinidade de vezes e que joga seu jogo ao infinito. – Esta concepção não é simplesmente uma concepção mecanicista; pois, se fosse, não arrastaria um retorno infinito de casos idênticos, mas um estado final”. (NIETZSCHE, Fragments posthumes, primavera de 1988, XIV, 14 [188] citado por LEFRANC 2008, p.306).
Esta roda – que na verdade é empobrecida quando ilustrada pela imagem do círculo, pois não há uma equivalência material ou ideal para a monstruosidade que é o eterno retorno – é movida pelas forças ou (vontades de) potências que pulsam no mundo. São forças limitadas dispersas no tempo infinito e é essa equação que justifica a teoria do nosso filósofo. Ele diz que,
(…) se o mundo pode ser pensado como uma grandeza determinada de forças e com um número determinado de centros de força, segue-se que este mesmo mundo deve passar por um número calculável de combinações no grande jogo de dados ou de acasos de sua existências”. (ALMEIDA 2005, p.160).
Não há, pois, surpresas no percurso e muito menos telos. O rio do devir corre impulsionado pelo mesmo potencial e mesmo que, quando nos banhamos nele por duas ou mais vezes ele não se repita, suas águas ainda são as mesmas, fazem parte de um ciclo hidrológico que voltará por toda a eternidade. Essa teoria é ainda endossada quando se pensa na idade do mundo, nos séculos infindos em que ele se embrenhou e ainda não demonstrou sinais de acabamento. Por isso, “se o universo tivesse uma posição de equilíbrio, diz Nietzsche, se o devir tivesse um objetivo ou um estado final, ele já o teria atingido” (DELEUZE 1976, p. 38).
O mundo é justificado pelo próprio mundo, o homem pelo próprio homem e a vida pela própria vida. Não há mais parte que justifique o todo, agora só se deve assumir o completo complexo vital que é a existência. O trágico, também, não mais pode mais assustar pois é tudo o que temos, não há ideal com que se comparar.
Mas, a vida é dor, sofrimento, tragédia. Como afirmar e querer o retorno daquilo que nos violenta e desafia? É aqui que podemos falar de antifilosofia. Uma pitada de avesso moral e transvaloração dos valores. É preciso perceber que o que foi entendido e constituído como bom, bem, mau e mal eram invenções de mentes ressentidas e decadentes (décadent). Na genealogia das palavras e dos termos há uma base judaico-cristã que resolveu inverter os valores e acreditar que os bons eram os que padeciam e maus os que se impunham por suas castas ou por sua economia. O bem passou a ser substantivo e só podia ser alcançado numa “vida-que-não-esta”.
O que propõe o eterno retorno, como elucidado, é a transvaloração dos valores, ou seja, a investigação dos valores atribuídos aos próprios valores, uma crítica aos valores que regeram nossa moral e direcionaram nossas decisões. Quando isso for feito há de se perceber que a vida não é tão dicotômica como pretendiam os teóricos morais, filósofos idealistas que pretenderam desvelar a verdade, mas só interpretaram a seu modo os fatos.
Da transvaloração de todos os valores há de se alcançar um olhar fluido sobre a vida, amante dos fatos e não mais severo, legislador e juiz como dantes. “Só deseja para si um retornar eterno quem realmente ama seus instantes. Dizer sim à vida é dizer sim à diversidade da mesma e, ao mesmo tempo, afirmar que não há obstáculos para quem ama a sua própria existência.” (SOUSA 2009, p. 29).
A essa dinâmica Nietzsche chama de amor fati, o que se traduziu por “amor aos fatos”, ou mais estritamente, “amor ao destino”. Amor a tudo que se nos apresenta da forma com que se nos apresenta, sem rebelião, sem revolta, sem resistência, mas com muito, muito protagonismo. “Não se trata de amar o sofrimento, mas a vida que não existe sem sofrimento” (SOUSA 2009, p. 27).
O amor fati devolve vida à vida e mata todo idealismo. Felicidade deixa de ser um ideal – algo que só se poderia conquistar num futuro, o que para Nietzsche é inalcançável pela impossibilidade de se existir um fim último – e passa a ser a própria tragédia, a alegria do trágico. Paradoxalmente tragédia proporciona alegria, como nos primeiros gregos.
Quem não se instala no limiar do instante, esquecendo todos os passados, quem não é capaz de manter-se sobre um ponto como uma deusa de vitória, sem vertigem e medo, nunca saberá o que é felicidade e, pior ainda, nunca fará algo que torne outros felizes. Pensem no exemplo extremo, um homem que não possuísse a força de esquecer, que estivesse condenado a ver por toda parte um vir-a-ser: tal homem não acredita mais em seu próprio ser, não acredita mais em si, vê tudo desmanchar-se em pontos móveis e se perde nesse rio do vir-a-ser: finalmente como bom discípulo de Heráclito, mal ousará levantar o dedo. (NIETZSCHE, 1999, Considerações extemporâneas, da utilidade e da desvantagem da história para a vida, § 1).
Ainda insurge, apesar de tudo, a necessidade de perguntar-se se Nietzsche afinal fizera do eterno retorno uma espécie de fundamento para a vida ou de um imperativo moral. Se a resposta for afirmativa poderá parecer que caíra nas malhas da filosofia do fundamento e da moral que tanto criticara. Se essa tese se confirmar, poderíamos concluir que o martelo destruidor de ídolos de Nietzsche não funcionara para sua própria teoria. O eterno retorno poderia ser confundido com um fundamento metafísico, o que minaria o pensamento inovador de nosso filósofo dionisíaco.
Mas, apesar de ter repercussões éticas, o eterno retorno não é algo que poderia ser chamado de fundamento, pois ele não pode garantir segurança de nada a ninguém, nem prometer salvação para aqueles que a ele estiverem aderido. A vida ainda continua nas mãos do sujeito e não pode ser atribuída a outrem. Por isso, “como pensamento ético o eterno retorno é a nova formulação da síntese prática: O que tu quiseres, queira-o de tal modo que também queiras seu retorno (grifo do autor)” (DELEUZE 1976, p. 56), mas não é um aparato ético.
Dessa forma, o eterno retorno não se prende a valores morais pré-determinados, não trai nenhum argumento de Nietzsche, muito pelo contrário os confirma e confirma. “(…) o pensamento do eterno retorno é um pensamento além do bem e do mal e, acabamos de ver, um pensamento super-humano, dionisíaco, indissociável do imoralismo.” (LEFRANC 2008, p. 311).
Mas nem mesmo o retorno é algo fixo, imóvel e imutável. Ele faz parte do próprio sistema aberto do devir. Como fluidez do impulso artístico criador da vida. Então, afinal de contas o que retorna?
(…) o que retorna é o diferente. Se esse instante no qual cada homem vive retorna sem cessar; se esse instante é o da pluralidade, das forças em suas relações, instante da vontade de potência, então estamos diante do retorno do mesmo. Eterno porque cada instante tem a marca do devir, do movimento que não para. Nessa perspectiva, o que retorna é a diferença eterna. (SOUSA 2009, p.26)
“O eterno retorno não é a permanência do mesmo, o estado do equilíbrio, nem a morada do idêntico. No eterno retorno não é o mesmo ou o um que retornam, mas o próprio retorno é o um que se diz somente do diverso e do que difere” (DELEUZE 1976, p. 38).
Por isso, eterno retorno não é determinismo. Muito pelo contrário, é possibilidade, abertura. Pois seria mui cansativa e monótona a vida que não encarasse o caráter de criatividade que é inerente a ela. Vida como obra de arte, e arte trágica! Não deveria ser repetição do mesmo jogo e das mesmas jogadas somente, mas também repetição das mesmas sensações emocionantes que nos levaram a jogar. E como toda adrenalina, a cada vez que sentida provoca algo diferente. Essa é a melhor vida, distante daquilo que nos enoja:
(…) as pequenas compensações, os pequenos prazeres, as pequenas alegrias, tudo o que se concede uma vez, nada mais do que uma vez. Tudo o que só se pode refazer no dia seguinte com a condição de se ter dito na véspera: amanhã não o farei mais – todo o cerimonial do obsessivo. (DELEUZE 1976, p. 14).
Essa é a vida da afirmação, do amor ao destino e ao esboço trágico que somos nós. E Nietzsche assumiu com toda propriedade esse estilo de vida. O eterno retorno foi seu melhor modo de encarar o mundo e o todo. Por isso, seu ambicioso projeto de além-homem visionava o abandono do medo e de todo niilismo que gerasse o estancamento da vontade de potência da vida para imobilizar-nos perante sua monstruosidade trágica. Nietzsche, o pensador afirmativo, amava a ideia do retorno e por isso não viveu em aflição e nem em angústia. Dizia ele: “Retornarei eternamente para a mesma e idêntica vida, nas coisas maiores como nas menores, e para ensinar de novo o eterno retorno de todas as coisas.” (NIETZSCHE Zaratustra III, O Convalescente citado por LEFRANC 2008, p. 308).
Aprendamos dele que a vida é o só-agora-para-sempre e que saibamos fazer eterna nossa escolha do hoje, para que nela confluam em um só único movimento e momento: o presente, o passado e o futuro. Que novamente a roleta da vida seja rodada e que os dados sejam novamente lançados para que voltemos jogar aquela partida que de tão boa mereceu ser repetida.
Referências
ALMEIDA, R. M. Nietzsche e o paradoxo. São Paulo: Loyola, 2005.
DELEUZE, G. Nietzsche e a filosofia. Trad. Edmundo Fernandes Dias e Ruth Joffily Dias. Rio de Janeiro: Rio, 1976 (Semeion).
LEFRANC, J. Compreender Nietzsche. 4.ed. Trad. Lúcia M. Endlich Orth. Petrópolis: Vozes, 2008. (Compeernder).
NIETZSCHE, F. Ecce homo: como alguém se torna o que é. 1. reimp. Trad. Paulo César de Souza. São Paulo: Companhia das letras, 2008.
______. Obras incompletas. Trad. Rubens Rodrigues Torres Filho. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (Os Pensadores).
SOUSA, M. A. de. Nietzsche: viver intensamente, tornar-se o que se é. São Paulo: Paulus, 2009. (Filosofia em questão).
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Interessante seu texto, caro Bruno! Você traduziu uma complexidade filosófica, poderia dizer, em uma “prosa poética” que facilita a assimilação por leitores um tanto inocentes em relação ao assunto tratado, como eu. A proposta do pensador, bem esclarecida, convence o interlocutor. Entretanto, atentemo-nos que se trata de uma proposta, jamais de uma verdade (o que, inclusive, poderia tornar suficientemente contraditória e descartável toda a teoria).
Congratulações!
Espero por outras reflexões como essa.
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Obrigado Francisco, sempre prestigiando nosso blog e meus textos.
É claro que trata-se de uma proposta, ou de uma possibilidade (apropriando-me de um termo mais nietzschiano) mas nem por isso pode ser deixada de ser levada em conta. Se o aparato moral metafísico morreu, então justifiquemos o mundo pelo mundo!
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O que mais me encanta na doutrina de Nietzsche, Bruno, é a capacidade de se viver a partir de, como você mesmo nomeou em seu brilhante e claro artigo, uma transvaloração dos valores outrora impostos por culturas e tradições, sejam elas quais forem. Creio que isso me encanta por estar de acordo com o que penso e tento viver. Isso é fato. Pensar em um eterno retorno fez-me, logo no inicio do estudo de Nietzsche, pensar em um conformismo com aquilo que a vida nos apresenta, um amor fati, digamos, estático, sem possibilidade de movimento, o que me parece ser contrario ao continuo devir criativo proposto pelo autor tão bem quisto por nós. Aliás, criatividade artística essa que nos faz encarar a vida sem paliativos… Espero ter o gosto de ler mais seus tão bem escritos textos. Peço desculpas pelos possíveis enganos que por ventura cometi em minhas humildes interpretações. Forte abraço. Luís Alberto.
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Parabéns!!!!!!!!!!!!!!!!!
ótimo trabalho filosofo!
Deus abençoe.
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Muito Bom ! Parabéns!
Seus artigos são fáceis de interpretação e nos leva a uma reflexão.
Que Deus te abençoe, muita Paz.
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Parabéns bruno, um dos textos mais claros e acessíveis que li, além de ser uma leitura e um pensador mto atraente, que nos provoca a quebra das simetrias da sociedade…
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Achei magnífico, também estudo o ciclo da vida, é tanto que publicarei um livro
sobre os meus experimentos em relação a observância que faço em alusão ao
ciclo da vida em suas repetições.
Quando eu publicar faço questão de lhe presentear com um exemplar. Bom dia!
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Eliesio, adorarei receber um exemplar e se possível conversar mais sobre o assunto.
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Oi. Veja uma coisa sou eu outra são meus escritos escreveu Nietzsche , assim vemos que este complexo filósofo ( descendente de pastores luteranos ) traz muito em si de cristianismo que combatia , will durant um dos grandes críticos em história da filosofia ,traça-nos fiel perfil de Nietzsche em sua biografia , como se quase um” cristão enrustido” ao fim e ao cabo sua própria vida deve ser uma obra ,um livro que deve ser lido … a sua própria existência o deixou entrever( infelizmente estes ”detalhes ” inibem um ateu ) . Sabemos que quando infante Nietzsche lia a bíblia aos seus colegas de escola e ele era designado como pequeno pastor ; lia a bíblia com tal encantamento que seus olhos se lhe marejavam de lagrimas . Outro grande filósofo brasileiro ( talvez o maior ) – mario ferreira dos santos tbm traça o msm perfil ,agora já ao fim quando Nietzsche já velho estava aos cuidados da mãe e irmã , fora pego no ato, abraçado a um crucifixo que se partira ( os luternanos mantinham à época o crucifixo pois este símbolo é o maior referencial no cristianismo católico e o luteranismo é um rebento dissidente do catolicismo ) . O que ensino aqui vcs não aprendem em ”liceus” e centros universitários do mundo uma vez que estas instituições estão ligadas a convenções ideológicas e tendenciosas de modo a doutrinar os alunos tendenciosamente ,usando as só as meias verdades sobre Nietzsche e seus escritos , porém nem sequer prognosticam sua filosofia e seus escritos pelo viés e perspectiva de sua própria vida pessoal . Tem tantos intelectualóides por ai , usando do termo ”inteligente” como sinonímia de requinte intelectual .