Rosemar Marcos
Thiago Andrade
Neste ensaio pretendemos visualizar de uma maneira ampla os pensamentos de dois filósofos modernos a respeito de um mesmo termo, que é a paixão (emoção). Trabalharemos aqui de forma sucinta os pensamentos de Descartes e Pascal, dois filósofos que tratam as paixões, porém de perspectivas diferentes. Ao final tentaremos demonstrar em que ponto ambos convergem ou divergem em suas abordagens.
Tal trabalho está dividido em três pontos, o primeiro apresentando a perspectiva cartesiana, o segundo a pascaliana e no último nossa tentativa de análise. Lembramos que para uma melhor compreensão se faz necessário um conhecimento prévio mínimo dos conceitos utilizados pelos filósofos aqui trabalhados.
1. A compreensão cartesiana das paixões
René Descartes nasceu em março de 1596 em La Haye na França e morreu em fevereiro de 1650. Recebeu educação de sua avó materna, pelo falecimento precoce de sua mãe. Recebeu formação intelectual no Collège Royal de la Flèche que era dirigido pelos jesuítas. Aprendeu gramática e destacou-se nos estudos das línguas latim e grego. A filosofia por ele adotada teve a divisão tradicional: física e matemática, lógica, metafísica e moral. Juntamente com a filosofia, ele decidiu estudar matemática isso contribui para que no futuro ele se valesse de certo rigor matemático em suas reflexões filosóficas.
Em sua filosofia dualística (corpo e alma) nos apresenta uma contribuição muito pertinente para a compreensão do conceito de paixão. Segundo ele, as paixões dependem de uma estrita relação entre corpo e alma. Nesse sentido, para Descartes, podemos denominar paixão aos sentimentos que são experimentados pela alma sem o seu consentimento, como por exemplo, amor, raiva, dor, etc., mas que são gerados por um movimento do corpo.
Desta maneira, segundo Descartes, “paixão” é um termo que abarca uma experiência de interação psicofísica do sujeito, ou seja, diz respeito a uma relação da mente com o corpo. Portanto, as paixões não são modalidades exclusivas do corpo ou da alma, mas do composto, da experiência da união destes. Elas estão na alma, como percepções; porém, de uma forma tal que não se envolvem apenas com a res cogitans, mas também com uma parcela da res extensa. Estão, desta maneira, como que “atravessadas” entre as duas substâncias, causadas por uma, mas sentidas na outra. Não podem ser enquadradas como puramente espirituais, pois se relacionam com o corpo, e tampouco podem ser consideradas como movimentos corporais, já que são percepções da alma, e é nela que primeiramente se manifestam. Causadas pelo corpo, mas sentidas no espírito, não podem ser classificadas como puramente mentais ou puramente físicas. (PINHEIRO, 2005)
Mas para melhor compreendermos tal compreensão das paixões faz-se necessário uma explanação mais aprofundada no sentido dualístico de sua filosofia. Na doutrina dualística de Descartes, o ser humano é constituído pela alma ou coisa pensante (res cogitans) e pelo corpo ou coisa extensa (res extensa). Segundo essa doutrina, há uma independência e distinção entre corpo e alma. Como afirma Pinheiro (2005), “segundo o sistema cartesiano, corpo e alma são distintos porque assim os concebemos. Para Descartes, o verdadeiro é aquilo que é evidente para o espírito, aquilo que é intuível com clareza e distinção”.
Embora haja tal independência e distinção, percebemos uma intensa relação entre corpo e alma, pois interagem em um mesmo indivíduo. Em todo ser humano está a todo o momento a dimensão corporal e a mental. Como bem enfatiza Descartes (1988a, p. 68) “não estou alojado em meu corpo, assim como um piloto em seu navio, mas, além disso, lhe sou estreitamente conjunto e tão confundido e misturado que componho como que um único todo com ele”.
Contudo, para defender a distinção e a união do corpo e da alma que nos parece inconciliável Descartes apresenta o conceito de união substancial que pode ser entendido como uma conciliação de coisas que não podem ser conciliadas o que provoca depois a contradição cartesiana.
Da mesma forma que encontramos dificuldades na compreensão da união substancial encontraremos também na compreensão das paixões, uma vez que elas nascem da interação do corpo e da alma. “Elas são o tipo de experiência que não acontece separadamente na mente ou no corpo. Pressupõem, portanto, a união entre espírito e matéria, a qual transfere sua dificuldade de compreensão e obscuridade para a concepção das paixões” (Pinheiro, 2005).
Descartes, em sua obra As paixões da alma conceitua paixões como: “percepções, ou sentimentos, ou emoções da alma, que relacionamos especificamente com ela e que são causadas, alimentadas e fortalecidas por algum movimento dos espíritos” (1998, p. 47). Nisso, percebemos que para que as paixões existam é necessário que algo exterior as provoquem na alma, no caso os espíritos. Tais espíritos, de modo geral, podem ser compreendidos como partículas físicas que ocasionam movimentos no corpo provocando as paixões na alma.
Assim, para que uma paixão se manifeste, é preciso que o corpo provoque algo na alma, bem como é necessário que o espírito perceba, sinta que foi atingido. Sensações como o frio e o calor, apetites como a fome e a sede, sentimentos como o amor e o ódio são considerados paixões para o cartesianismo, visto que não podem acontecer sem um corpo, ou algo diferente da mente, e um espírito que tenha consciência desta experiência. Desta forma, é válido salientar que a paixão não é uma afecção do corpo, uma experiência física ou fisiológica. É um acontecimento que se passa no espírito, é uma percepção, e, como toda percepção, ela acontece na alma e não no corpo. (PINHEIRO, 2005)
Para que possamos assimilar o conceito de paixão em René Descartes, outro aspecto que devemos firmar é a questão da distinção e da clareza. Pelo ponto de vista experimental, conseguimos ter clareza das paixões sentidas, tais como frio, dor, calor, amor, ódio mas do ponto de vista da razão, essa questão se apresenta de maneira mais complexa. Como afirma Pinheiro (2005), “Contudo, embora a paixão pareça ser óbvia do ponto de vista da experiência, não é do ponto de vista da razão. Acreditamos que há paixões, mas esta crença é tão-somente uma convicção subjetiva, baseada numa constatação factual. Disso não se segue uma necessidade lógica”.
Outra característica das paixões no cartesianismo é que ainda que elas não tenham uma explicação lógica, são reais pelo fato de ser experimentadas e disso ninguém duvidar. Estão elas tão ligadas à percepção humana que não podem ser negadas enquanto forem sentidas. São assim indubitáveis por que são perceptíveis.
[…] não podemos ser enganados quanto às paixões, porque elas são tão próximas e tão interiores à nossa alma que é impossível que esta as sinta sem que sejam realmente tais como as sente. Assim, freqüentemente quando dormimos, e mesmo às vezes estando acordados, imaginamos certas coisas tão fortemente que acreditamos vê-las diante de nós, ou senti-las em nosso corpo, embora não estejam ali; mas, ainda que estejamos dormindo e que sonhemos, não poderíamos sentir-nos tristes ou abalados por alguma outra paixão se não for muito verdade que a alma tem em si essa paixão (Descartes 1998, p. 46 apud PINHEIRO, 2005).
Sendo assim, na perspectiva cartesiana, as paixões tomadas pelo ponto de vista racional podem até ser passíveis de obscuridade, mas quando tomadas pela experiência, pela sensibilidade elas se tornam irrecusáveis. Não são percepções excludentes. A razão não anula as paixões experimentadas pelos sentidos e nem os sentidos desacreditam nas paixões devido à ausência de clareza do ponto de vista racional. O fato é que as paixões não devem ser negadas enquanto sentidas.
2. As paixões na perspectiva pascaliana
Blaise Pascal nasceu a 19 de Junho de 1623, em Clermont-Ferrand na França, filho de Étienne Pascal e Antoniette Bejon. Desde cedo Pascal teve uma curiosidade sobre os “estranhos” assuntos. A partir de 1647, Pascal, dedicou todos os seus esforços à aritmética, desenvolvendo cálculos de probabilidade, a fórmula de geometria do acaso, o conhecido Triângulo de Pascal e o tratado sobre as potências numéricas. Todo esse esforço aliado à fala de descanso, arruinou a sua saúde e ele caiu gravemente enfermo. Nesse mesmo ano, após uma “visão divina”, abandonou as ciências para se dedicar exclusivamente à teologia. Durante esse período publicou os seus principais livros filosófico-religiosos: “Les Provinciales (1656-1657)”, conjunto de 18 cartas e “Pensées (1670)”, um tratado sobre a espiritualidade, em que fez a defesa do cristianismo, inspirado em Santo Agostinho. Como teólogo e escritor destacou-se como um dos mestres do racionalismo e irracionalismo modernos e sua obra influenciou os ingleses Charles e John Wesley, fundadores da Igreja Metodista.
Em Pascal paixão e emoção acabam tendo em alguns momentos seus sentidos confundidos, já em outros os tem diferenciados e até mesmo citados numa mesma frase. Pascal, diferentemente de outros filósofos, como Descartes, não dá uma definição de seu sentido, porém assim podemos afirmar que “Embora Pascal não ofereça nenhuma definição de paixão, podemos dizer que esta aparece como um sentimento intenso, fixado sobre um objeto cuja posse é incerta.” (PARRAZ, 2008).
Para conseguir atingir uma correta interpretação do conceito para Pascal é possível se partir de sua mais célebre frase: “O coração tem razões que a razão desconhece” (Pensées, 1670). A partir desta frase é possível atingir um rápido entendimento do que seriam as emoções para Pascal,
Nessa frase, as palavras razões e razão não têm o mesmo significado, indicando coisas diversas. Razões são os motivos do coração, enquanto razão é algo diferente de coração; este é o nome que damos para as emoções e paixões, enquanto ‘razão’ é o nome que damos à consciência intelectual e moral. (BESSA, 2006)
Para Pascal as emoções suscitam no homem sentimentos que a razão não consegue compreender e tal atitude pode fazer com que a razão deixe de dominar o homem, deste modo há uma constante luta entre as razões do coração (paixões) e as razões da consciência. Tal conflito gerado entre razão e emoção, conclui Pascal, é uma missão impossível de ser completada, pois como a razão não as compreende, não há como dominá-las. Pascal foi o primeiro a dar primazia às emoções.
insistiu no valor e na função do “sentimento” como um princípio em si, que também é fonte de conhecimentos específicos (…); e julgou impossível eliminar o conflito entre razão e E., sendo em todo caso impossível solucionar esse conflito eliminando uma das partes dele. (ABBAGNANO, 2007)
3. Paralelo entre as duas perspectivas
Ao analisarmos as perspectivas aqui apresentadas referindo-se aos pensamentos dos autores, precisamos primeiramente definir um ponto crucial de cada um. Descartes é um filósofo racionalista, tenta explicar a tudo a partir da razão, enquanto Pascal é um místico e trabalha as paixões em pé de igualdade com a razão. Pascal a partir de sua espiritualidade expressa à frase citada acima onde diz que a razão não compreende as razões (paixões) do coração.
Pascal ataca fervorosamente o pensamento de Descartes o acusando justamente por suas atitudes racionalistas exageradas, onde acaba por elevar a razão a um patamar superior a todas as outras características humanas, desconsiderando o poder das paixões enquanto sentimento, a coloca apenas como fruto da ausência de clareza da razão. Em Descartes “a filosofia recebe uma colocação crítica e gnosiológica: o que se quer verificar em primeiro lugar é o valor do conhecimento humano.” (SILVA, 2010). Pascal alega que o método universal de Descartes é falho, “Pascal diverge do método e das idéias cartesianas justamente porque ele não considera que possa existir uma fórmula, em que se dará solução para tudo.” (SILVA, 2010)
4. Considerações finais
Descartes busca uma compreensão para as paixões mesmo diante de seu grande racionalismo acredita na possibilidade das paixões uma vez que elas não podem ser negadas pela nossa experiência. Podendo até mesmo ser consideradas obscuras, mas jamais irrecusáveis. Provocadas pelo movimento do corpo e percebidas pela alma. Mesmo defendendo o dualismo, Descartes acredita em uma união substancial do corpo e da alma numa espécie de conciliação de coisas inconciliáveis.
Em contrapartida, Pascal apresenta não um conceito definido sobre as paixões, mas um sentimento intenso que está em um mesmo patamar da razão. Com isso, Pascal critica ferrenhamente Descartes pelo seu racionalismo exacerbado.
Não é objetivo o presente ensaio filosófico dar por encerrado a discussão sobre a compreensão das paixões humanas, mas simplesmente apresentar uma abordagem sobre o pensamento de dois grandes filósofos modernos que em muito contribuíram para o desenvolvimento do pensamento atual.
Referências
BESSA, Josemar. A razão. Disponível em: <http://josemardiversos.blogspot.com>. Acesso em: 22 ago 2011.
DESCARTES, R. 1988a. Meditações metafísicas. São Paulo, Abril Cultural, p. 5-74. (Col. Os Pensadores).
DESCARTES, R. 1998. As paixões da alma. São Paulo, Martins Fontes, 174 p.
DESCARTES. In: HUISMAN, Denis. Dicionário dos filósofos. Tradução de Cláudia Berliner. et al. São Paulo: Martins fontes, 2001. p. 269. Título original: Dictionnaire des philosophes.
EMOÇÃO, In: ABBAGNANO, Nicola. Dicionário de Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
PARRAZ, Ivonil. A existência em Pascal. Revista Filosofia, São Paulo, n.20, mar. 2008.
PINHEIRO, Juliana da Silveira. As paixões segundo Descartes: obscuras e irrecusáveis experiências. Controvérsia, Fortaleza, v. 3 n° 1, Jan-Jun 2007.
SILVA, Gilmar Lopes. O valor do conhecimento afetivo em Blaise Pascal. 2010. 64 f. Monografia (Graduação em Filosofia)- Faculdade Arquidiocesana de Mariana, Mariana, 2010.
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Boa reflexão parabéns!!! Ainda mais pela audácia de confrontar dois autores… Mas o que une a alma ao corpo em Descartes é a tal glândula pineal, tratada na própria obra “As paixões da alma”, e o coceito de unidade substâncial não é aplicado por ele mas sim por Tomas de Aquino.. Em descartes não há unidade substãncial, mas pra ele, seu interesse é provoca uma separção de ambas, embore ele fracasse… O que há é uma ligação entre corpo e alma entre as sensações de ambas que passam pela glândula pineal.
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Na verdade não é o que une porque Descartes não tem interesse nessa união mas sim na distinção (alma e corpo), mas o que aproxima alma e corpo pelas sensações de ambas é a glãndula pineal…
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Caro Thiago,
Devo dizer que sua crítica não faz sentido. Primeiramente, porque ela é contraditória em si mesma. Segundo, porque, mesmo que fosse coerente em seus próprios termos, ela não procede.
Você admite, num primeiro momento, que, em Descartes, a glândula pineal “une” o corpo e alma, para dizer, logo em seguida, que não se aplica o conceito de “união substancial” na doutrina cartesiana. Ora, “unir” corpo e alma não é dizer que há uma “união substancial”, pois, afinal, corpo e alma são, para Descartes, substâncias? Depois, você diz: “O que há é uma ligação entre corpo e alma entre as sensações de ambas que passam pela glândula pineal”. Aqui, você substitui o termo “une” por “ligação”, mas continua afirmando uma espécie de união entre corpo e alma. Porém, está incorreto dizer que “há uma ligação entre as sensações de ambos que passam pela glândula pineal”. O corpo, cartesianamente falando, não sente. Portanto, não pode ter sensações. Descartes diz na “Segunda Meditação”: “aquilo que em mim se chama sentir, tomado assim precisamente, nada é senão pensar”. (DESCARTES, 1988, p. 27). Sensações são pensamentos e, como tais, não estão no corpo, mas são sentidas na alma, já que, para Descartes, o corpo é extenso e não pensa, e a alma pensa e não é extensa (DESCARTES, 1988, p. 66). Tampouco pode ser dito que “as sensações de ambos passam pela glândula pineal”, pois, sendo a glândula pineal uma parte do corpo, não pode ela propriamente “sentir”. Quem sente é alma que tem sua sede principal na glândula pineal – assim seria mais correto dizer. De qualquer forma, você se contradiz em seus próprios termos.
Mais a frente, você tenta precisar sua interpretação dizendo que “na verdade não é [a glândula pineal] o que une porque Descartes não tem interesse nessa união mas sim na distinção (alma e corpo), mas o que aproxima alma e corpo pelas sensações de ambas é a glândula pineal…”, insistindo na idéia de que Descartes não defende a união substancial, mas o que há apenas é uma “aproximação” entre as substâncias. Vamos novamente ao Descartes para tirar essa dúvida. Ele diz na “Sexta Meditação”: “A natureza me ensina, também, por esses sentimentos de dor, fome, sede, etc., que não estou alojado em meu corpo, como um piloto em seu navio, mas que, além disso, lhe estou conjugado muito estreitamente e de tal modo confundido e misturado, que componho com ele um único todo”. (DESCARTES, 1988, p. 68). Não se trata, portanto, de uma mera “aproximação” entre corpo e alma, mas de um todo no qual corpo e alma se “misturam”. E afirma também na carta a Elisabete de 21 de maio de 1643: “Considero haver em nós certas noções primitivas, as quais são como originais, sob cujo padrão formamos todos os nossos outros conhecimentos. […] Possuímos em relação ao corpo em particular apenas a noção de extensão, da qual decorrem as da figura e do movimento; e, quanto à alma somente, temos apenas a do pensamento, em que se acham compreendidas as percepções do entendimento e as inclinações da vontade; enfim, quanto à alma e ao corpo em conjunto, temos apenas a de sua união, da qual depende a noção da força de que dispõe a alma para mover o corpo, e o corpo para atuar sobre a alma, causando seus sentimentos e suas paixões.” (grifo nosso. DESCARTES, 1988, p. 147-148). Portanto, sua crítica, Thiago, de que Descartes não falou, nem teve interesse na união entre corpo e alma, não procede. A doutrina cartesiana tanto defende a distinção entre corpo e alma, quanto a união substancial. Se você vê um problema na conjugação destas duas noções, ou até mesmo se reconhece que a concepção de união substancial de Tomás de Aquino é diferente da de Descartes, isto é uma outra questão. Mas não podemos negar que ele não tenha dito.
DESCARTES, R. Meditações. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
________. Cartas. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
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Concordo e comungo plenamente com as colocações feitas por Juliana Pinheiro. Segundo o que já estudei, com certeza ela deve ser uma grande estudiosa de Descartes, certo? O artigo de vocês ficou muito bem feito e estruturado, por ser carregado de modéstia, acabou levando alguns a se contradizer em seus próprios termos. O filósofo de fato deve ser audacioso, ele não deve ter medo de debater, apresentar e confrontar suas idéias. Já pensou se Sócrates não tivesse sido audacioso (no bom sentido) e tivesse voltado atrás em sua palavra? Com certeza ele não teria atingido o renome que atingiu, por isso o filósofo deve ser sim audacioso, senão outro vem e ultrapassa ele. Vejo que para criticarmos ou debatermos sobre determinado tema filosófico, é necessário estar por dentro do tema, conhecer; criticar por criticar até mesmo uma criança do ensino fundamental pode criticar qualquer texto filosófico.